segunda-feira, 19 de março de 2012

ESTÁGIOS NA GERAÇÃO Y



Desde que a editora Hearst foi processada no começo de fevereiro por uma ex-estagiária, algum burburinho em torno dos estágios não pagos em publicações ligadas à moda tem estado nos sites e blogs dos Estados Unidos. Xuedan Wang, 28 anos, alegou trabalhar mais de 55 horas semanais na revista Harper´s Bazaar sem ser paga. O processo levanta a hipótese de quebra de leis trabalhistas, uma vez que não fossem os numerosos estagiários, alguém deveria estar sendo empregado e pago para fazer o trabalho.

Até aí, nada demais. Não acontece só nos EUA, não acontece só na moda. A prática tem seus prós e contras, ainda que tenha bastante sacrifício envolvido, são os próprios estudantes que se candidatam, porque o posto rende algum status no seu meio, experiência e networking incomparável.


Mas o que eu quero comentar é sobre o posicionamento da Grace Coddington, editora de moda da Vogue. Primeiro, acho válido dizer que a Grace é a melhor editora em atividade, e que ela mesma trabalha na Vogue há mais de 40 anos (20 na britânica, mais 23 na americana), tendo começado como Editora Junior. Agora, com 70 anos e muita experiência, ela emite sua opinião: " Eles estão ali para aprender e observar. Eu penso que há muitos estagiários que se sentem muito intitulados. Eles acham que nós lhes devemos alguma coisa. Mas há os bons que surgem. Você realmente consegue reconhecê-los."

Mesmo sabendo que a história tem os dois lados, eu tendo a concordar com ela. Acho que principalmente a nova geração é muito pouco afeita aos sacrifícios e se sente cheia de direitos. Filhos do politicamente correto, da geração do bullying e dos pais workaholics culpados, a geração Y é, no mínimo, difícil. Não admira que chineses e indianos estejam crescendo tanto e não será surpresa nenhuma que eles cresçam ainda mais nas próximas décadas. Me preocupa que os BRIC acabem sem o "B"; quanto recurso natural seria necessário para compensar nossa falta de educação e mimos?

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